sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O vento que toca a fada é o mesmo que toca a chuva


(Suzi, eis seu desafio escrito e postado aos tropeços, ainda em gestação, espero que sinta-se nele)


A fada e a chuva falavam a mesma língua
os problemas de hoje são sombras de felicidades futuras
a felicidade vem depois da sombra
a sombra parece triste e traz problemas só deixamos de olhá-la quando vemos a felicidade
a fada pensava sentada em sua rosa
e via na chuva as mesmas perguntas e respostas

Os seres não entendiam muito a chuva e
nao gostavam de ve-la com freqüencia
não compreendiam sua vida e achavam-na triste
mas a fada da rosa notou que muitas de suas lágrimas eram de alegria
e mesmo na tempestade ela dizia: a tristeza é a sombra que vemos antes da felicidade
é preciso chorar de tristeza para se sentir a verdadeira alegria

Os seres não gostavam de ficar tristes e procuram ocupar o tempo com tudo para que ela não viesse
mas a fada da rosa descobrira que era preciso senti-la para que a verdadeira felicidade entrasse
ou era tudo letargia
a chuva não tinha medo de sofrer
a fada não tinha vergonha de chorar

Um dia o vento passou e as duas subiram nele,
sem medo de onde ele iria leva-las e que interperies enfrentariam,
queriam conhecimento e que as quedas viessem
queriam conhecer a verdadeira felicidade mas não a almejavam com desespero
a encontrariam quando estivessem prontas

Assim sorriam porque o vento as tocava e sempre lhes provocava sorrisos.


por Adri.n
felling the wind yet

terça-feira, 26 de agosto de 2008

batalhas não perdidas

Me preparei para a batalha
com tudo que tinha
mas meus aliados nao vieram
nao vou lutar sozinha
retorno da não batalha
assoviando.

por Adri.n in peace
and feeling the wind in my hair

sábado, 23 de agosto de 2008

Sobre abelhas e homens

Uma abelha se afoga diante de mim, salvo-a. delicio-me ao vê-la voar. Alguns se deliciam em fazê-las picarem-se a si mesmas.
Penso em Deus
Será a desventura regida pela sorte do lugar que cairmos estar próximo de um Deus ou de um diabo?

por Adri.n abelhuda

Meninos e homens

Para minha nova fadinha das letras: Suzi


Era tradição mais alta da velha tribo o rito de passagem para maior idade. Os índios que chegavam a puberdade preparavam-se por meses observando e questionando os mais velhos a fim de aprender tudo sobre a floresta. Nenhum jovem índio era forçado a fazer seu caminho e esperava-se que eles entrassem na tenda do pajé e gritassem:

- ESTOU PRONTO!

Então se cantava o caminho percorrido dos mais antigos numa grande festa até a lua começar a descer do céu e o jovem partia com ela.
Pena-branca foi o ultimo dos jovens a cumprir seu ritual, e os mais críticos poderiam dizer que demorara demais. Mas os velhos índios compreendiam que cada um tinha seu tempo e não se devia apressá-lo.

Pena-branca partiu num dia de lua nova e esta, pouco iluminada, angustiava seu coração a cada passo que se distanciava do que conhecia. Teria que iniciar seu próprio aprendizado e o medo aumentava seus sentidos a ponto de ele perceber o movimento de cada ser da floresta. Mas ainda assim lhe era impossível perceber o movimento experiente e calculado de Enxerga-longe, seu pai, que o seguia.

Enxerga-longe havia feito a mesma solitária jornada na sua juventude. Não fazia parte da sábia tradição da tribo ele estar ali e ele sabia que não poderia interferir nas experiências de Pena-branca. Mas não pode suportar a angustia de ver seu filho totalmente só, então decidiu segui-lo ainda que só pudesse observá-lo. Se interferisse Pena-branca voltaria à aldeia como menino.

A cada caminho errado do jovem, Enxerga-longe se angustiava por não poder ajudá-lo. Mas compreendia que ainda que pudesse dar suas opiniões não era certo que Pena-branca as ouviria.

Na segunda lua Enxerga-longe percebeu uma grande mudança na atitude de Pena-branca. Ele não mais caminhava em linha reta, apressado. Mas parava para ouvir cada som e admirar cada folha que lhe era desconhecida e sentava-se diversas vezes como se refletisse qual caminho seguir. E com isso, seus erros eram menos freqüentes.

Na terceira lua Pena-branca tomou um caminho que Enxerga-longe angustiou-se por não conhecer e acreditar que não deveria tomar. Mas o caminho os levou a uma linda cascata cristalina. Pena branca tinha ouvido o que Enxerga-longe não percebeu e então o pai compreendeu que o filho superara o pai, como era o destino de todos os filhos, por seus próprios erros e acertos. Pena-branca não precisava mais dos mais velhos para guiá-lo ele já sabia caminhar sozinho e aprendera muito bem, já poderia até guiar seu velho pai a uma cascata que ele nunca descobrira. Pena–branca já era homem! E Enxerga-longe retornou para esperar a volta do filho.

Enxerga-longe não sabia o que Pena-branca aprendia e quais caminhos percorria nas luas seguintes. Mas não se angustiava mais, sabia que seu filho era agora um homem e confiava em sua sabedoria recém adquirida.
Pena-branca voltou para receber seu novo nome na terceira lua cheia após sua partida, com o rosto sereno e sorriso na face, Enxerga-longe correu ao seu encontrou e gritou:

- ESPÍRITO-PURO RETORNOU!

Pena-branca, agora Espírito-puro, maravilhou-se com a sabedoria do velho pai. Enxerga-longe tinha dado-lhe o nome de sua jornada. E ouve festa e comemoração e quando todos retornavam para suas ocas Enxerga-longe tomou as mãos de seu velho pai e com os olhos cheios d’água sussurrou:
- Agora compreende com sabias meu nome antes de eu contar de minha jornada, assim como eu o senhor também desafiou a tradição por amor a mim.
O velho homem sorriu:
- Não, a tradição não diz nada sobre vigiarmos nossos filhos. E não precisa, porque isso é uma lição que não precisa ser ensinada, ou descoberta, apesar de ser a ultima a ser percebida ela nos acompanha a vida toda: o que vem do amor não precisa ser ensinado, é pelo amor que todos os seres vivem, só por ele que existimos e através dele nunca erramos, mesmo quando nos parece que estamos errando. E você se tornou homem quando sentiu seu amor pela vida, Enxerga-longe. Ele já estava em você, e hoje precisávamos verbalizá-lo.

O que não precisou se verbalizado foi que Espírito-puro vira seu pai retornar da vigília e sentiu-se honrado, pela vigília e pela confiança, no momento certo, os melhores presentes que Enxerga-longe dera a Espírito-puro.

por Adri.n em jornada na floresta

domingo, 17 de agosto de 2008

Legado para meu filho

- Li uma crônica sobre a mecanização da felicidade, de colar mensagens estratégicas sobre a casa para lembrar-se de ser feliz (meu Deus eu tentei fazer isso, ainda bem que não consegui) e de não parar para se ouvir por medo de enfim compreender que não a conhece. Caso alguma depressão tome meu ser a ponto de eu tentar isso, registro o que já aprendi.-


Faça-se surdo sempre que suspeitar que aconselhem que você vai cair, muitos deles é despeito por terem medo da queda.

Desconfie de quem lhe disser eu te amo, mas não ter gestos de amor, mesmo os mais tímidos acabam libertando-o de algum modo. O amor é escorregadio demais para ficar preso.

Distancie-se de quem lhe aconselhar a aprisionar o choro. Deixe-o sair que assim o sofrimento parte.

Não condene aqueles que o fazem sofrer, isso só vai aumentar o seu sofrimento.

Ame tudo que seu coração pedir para amar, mas não o force a aceitar o que ele não simpatiza. O coração nunca erra, nós sim.

Encubra um pouco a sua beleza, física e interna, de desconhecidos. Há pessoas que sempre tentam se aproveitar dela.

Seja verdadeiro mesmo com quem não o é com você, para que você não se torne parte deles.

Ouça os bons livros, eles são ótimos mestres, mas não esqueça que também há livros ruins.

Ouça boa música e o canto dos pássaros com a mesma paixão.

Ame os dias de chuva, de frio e ventania, do tempo e de dentro de você. Sem eles você não seria o que é.

Não deixei de ouvir seu coração a favor dos mais experientes, do que diz a sociedade, a maioria das pessoas julgará muito pior que você.

Não se prenda em pessoas que não o fazem sorrir e fuja das pessoas que só o fazem rir.

Entenda que o mundo está em constante mudança e não tema em abandonar o seguro, o que já alcançou por algo totalmente novo e desconhecido, nunca se vê a paisagem antes de alcançar o topo da montanha, sabemos que ela existe, mas só conhecemos quando chegamos lá.

Nunca pare de caminhar, depois de admirar suas conquistas e aprendizados; continue...

Comece com cuidado, amor e paciência.

Não relute em voltar se o caminho se revelar falso, mas resista se ele for tortuoso, os novos aprendizados geralmente doem, mas têm de vir junto com a satisfação.

Mude de opinião nem que seja por minutos, para conhecer o outro lado.

Sinta o que os outros sentem, suas alegrias e suas tristezas. Receba a alegria como se fosse sua e ouça e afague a tristeza como gostaria que o fizessem com você.

A felicidade de um amigo é uma benção, comemore! A felicidade de um inimigo não tem o poder de apagar a sua, não se perturbe.

Não fuja de seu sofrimento, mas deseje o aprendizado e o fim dele.

Acredite que pode realizar seus desejos, confie no amor de Deus para isso, mas não deseje o que não lhe trará paz e felicidade.

Deseje coisas novas que dêem assas ao seu coração. Mas não se esqueça que o desejo dos outros pode ser diferente do seu, respeite-os por mais que machuquem.

Não possua coisas demais para não ter de vigiá-las. Isso impedirá você de aprender.

Plante sementes em terra boa, mas não se esqueça de molhá-las. Só sementes ruins crescem sem dedicação e cuidado.

Alegre-se com a transição das coisas, com a mortalidade e não crie correntes para segurar coisas e pessoas, você terá de carregá-las para onde for e seus passos ficarão difíceis.

Compreenda que ninguém é superior a ninguém, apenas estamos em estágios diferentes, nunca se sinta acima ou abaixo de alguém.

E acima de tudo, desejo e lute para ser sempre melhor de espírito, mas ame a pessoa que você é, pois sem o amor você nunca crescerá.


Por Adri.n Aprendiz

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O dia em que meu celular teve uma vibração estranha

O primeiro suspiro saiu por ele:
um toque.
uma respiração estranha
o último parou com ele:
calado

calar...
aprendi como se cala a madeira:
o artesão faz sua arte
o chamam de calar.
Talvez sua arte cale corações.
Com certeza ao calar a madeira
ela fala muito mais

por Adri.n
a espera de um artesão

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Caminhar na chuva

Sentir as gotas até o escuro ficar branco

translucido espírito
compreende o igual
se permite aprender sem altura.

por Adri.n transluzindo