quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Em dias e noites de primavera

As cores
Sobre as flores
Sob o sol
Entre as arvores
Em silencio borboleteiam

Quanta inveja
suas asas leves
Carregadas pelo vento
Sentindo as flores
Já provocaram aos esquecidos
Das asas do pensamento

Aos olhos suas cores
Aos ouvidos
A orquestra dos pássaros

Os brilhos incandescentes
Sob a lua
Sobre as sombras
Entre a escuridão
Vagam e lúmen mudos


Quantas tentativas
Em imitar seu brilho
Indiferentes às sombras
Cintilando e encantando
Por olhos desaprendidos
Do aquecer do coração

Aos olhos as luzes
Aos ouvidos
O ritmo dos seres da noite

Cores e luzes da grande mãe
Numa eterna dança
Num ritual de amor
Quantas tentativas plásticas
Pseudo-vidas opacas
A desfilar no mundo.


por Adrins
na natureza (quase) selvagem

Sem cem

Fecho-me em silêncios
Os ruídos de fora arranham minha alma
Quero estar com minha solidão
Longe do mundo
perto de mim

por Adrins
perto e longe

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O rascunho do outro lado do triângulo




"Meus olhos de raio x cegaram de medo
Pois tua alma é de chumbo e segredo" - Lenine




Ele tinha um olhar profundo e algumas manias.Ela carregava alegria e corria com vento, achava graça no seu jeito taciturno e não se importava com sua necessidade de exclusão.

Riam muito juntos e do muito tempo passado juntos ela começou a entender que ele tinha algo só seu, que não queria mostrar para ninguém. Achou graça das vezes que ele trazia desculpas para ser ele mesmo. Não tinha interesse de conhecer o seu segredo, amava o que ele lhe mostrava e bastava.

Viveram anos e sorriram e se amaram e por acaso ela acabou descobrindo seu segredo. Nada disse, se ele queria manter algo dele só pra si, ela não se importava.
E houve o dia em que ele veio de olhos baixos e voz macia, falar do seu segredo, temendo a ira dela por tantos anos de falta de confiança. Ela afastou o medo de seus olhos junto com os cabelos e sorriu dizendo que já sabia. Que não precisava temer porque seu amor não dependia destas coisas.

Mas ele, fez as malas no mesmo dia; não podia perdoar quem conhecia seu segredo e nunca lhe contou...
.
.
por Adrins
sem triangulos

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sem pressa

Senti o sabor da imaginação,
Imitamos as ondas e formamos um mar.
Ha calmaria.

Pequeno raio de um desejo.
Conhecido,
quase esquecido.

Um homem sem desejos.
De passagem.
Braços capazes de rebrotar um desejo tolhido pela tempestade.

Se vai germinar,
Se ainda há água nesse vazio
De pouca luz;

Vai depender da força da semente,
E de minha disposição para regar
Com água não salgada.


por Adrins
em tal vezes

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Também porque é seu dia, mas só porque isto lembra que você existe.



“Amigo é a criatura que escuta todas as nossas coisas sem aquela cara que parece estar dizendo – E eu com isso?” Quintana

A vida possui mistérios.
Mistérios que algumas pessoas chamam de coincidência, outras de destino, de carma, de força cósmica e de tantos outros nomes que levam a uma única encruzilhada: a do encontro mágico.
Assim, de repente e não mais que de repente, você depara-se com uma pessoa que lhe parece comum, com uma conversa agradável de fim de tarde ou de semana. E a reencontra, e descobre afinidades, e os momentos de risos e entendimentos prolongam-se. E você redescobre a saudade, o olhar nos olhos e quando da-se conta esta pessoa faz parte da sua vida e da sua alegria.

E você sente o fantástico por ter alguém pra dividir alegrias (ainda que ora ela esteja presente entre os dois corações e ora em apenas um) e descobertas e agradece aos céus, ao cosmo, ao destino ou qualquer outro nome para esta mesma coisa: alguma força maior que permitiu se encontrarem e se conhecerem.

Mas então você percebe que isto tudo não é fantástico, porque a vida começa a ter grandes pequenas magias diárias; conexões inúteis como
terem seus banheiros precisando de concerto no encanamento na mesma semana, outras encantadoras como em um almoço mostrar o que comprou para ouvirem e descobrirem um CD de musica clássica em duas mãos, comprarem livros diferentes que tratam do mesmo assunto, não comentado, na mesma semana... E outras tantas mais impossíveis como lembrar-se de acampamento por conta de um zumbido na orelha sem saber que na mesma noite a outra estava mesmo com zumbidos em um acampamento. E quando descobre estas conectividades lembrar-se das vezes que viu no cinema e achou tão piegas, e você passa a gostar do piegas, porque encontrou uma alma que de algum modo esta ligada a sua. E você esquece das maldades e de sentimentos escuros porque há muitas cores em seus encontros. E você descobre o amor, de alma, que só na amizade pode ser vivenciada plenamente.

E as pessoas perguntam você e esta pessoa tem ligação de sangue ou de outro tipo e justificam que às vezes parecemos um.
E então você pega o ônibus sabendo que não vão se encontra naquele dia, e vê duas amigas verdadeiras se abraçando e se admirando sem vaidade e sorri por saber que conhece este sentimento. E resolve parar em uma loja e quem esta lá? Aquela pessoa, preparando-se para ir aonde você iria, de surpresa, só que resolveu parar nesta mesma loja antes.


Entre tantos outros momentos mágicos tem o deste instante (que esta pessoa especial vai ler antes de ouvir), de me ligar no exato momento que estou escrevendo estas linhas, curiosa para ler, sem saber que estou escrevendo, mas com certeza de algum modo sentindo. Não preciso desvendar este mistério, eu só quero dizer isso ao mundo: eu tenho uma amiga de verdade! Uma amiga maravilhosa, que trás magia a minha vida!
E a ela só quero dizer isto e isso: amo-te.

Viva muito! E vivamos juntas!

Feliz aniversário Suzi!


por Adrins

quase Suzi

Matemática Mínima

Dois e Um caminharam de mãos dadas
Um abriu o peito e ofereceu seu coração
Dois sorriu e prometeu cuidar

Um caminhou ao vento
Reconheceu seu coração jogado ao chão
Não o recolheu

Não era mais de Dois
Não era mais de Um
Não seria mais de ninguém

por Adrins
ninguém

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Para que você não tema o que não existe (Em honra ao Amor Romântico Sheakespeariano, que descanse em paz)



Não interprete este meu sorriso bobo estes meus carinhos em seu rosto este meu desejo de permanecer abraçada como amor. É apenas o meu jeito de ser, a minha forma de reagir as coisas que fazem bem a minha alma. E eu tenho um desejo imenso dentro do peito em dar carinho, carinho na cama e fora dela. Os trabalhos beneficentes falam a minha alma, meu coração é corpo. Mas não se engane, o faço pela alegria do meu coração, contudo o doar nada vale se não for sentido.
Se você não sentir prazer em minhas caricias, não tente disfarçar, eu saberei e me despedirei com o mesmo carinho e atenção em agradecimento ao tempo passado juntos. E voltarei para mim. Não ficarei ao lado do telefone, não deixarei a teve ligada, não comerei sorvete. Apenas pararei de ligar e irei ao teatro, ao mundo da fantasia ou qualquer outro lugar que me faça bem. Porque eu não acredito em príncipes. As estórias de amor foram criadas para convencer as moças a casar, cuidar da casa e dos filhos esquecendo-se de si mesmas. Infelizmente minha mãe não conhecia desta historias e minha professora me contou muito tarde, não puderam mais me convencer. E depois houveram aqueles que me falaram de amor olhando em meus olhos, tentando não piscar, e assim que as palavras saiam seus olhos desviavam para a janela(e eu nada disse), o mundo é vasto e os desejos inconstantes. Carpinejar é lindo, mas é arte e a vida pouco tem da bela arte.
Mas não se culpe, ninguém é capaz de mandar nos sentimentos, e você está no seu direito de desejar e des-desejar, estamos vivos e somos humanos. E eu também estou longe de ser constante. Não se culpe se depois de uma semana perder o desejo de me ver, não invente desculpas, simplesmente não ligue. Continuarei a dormir a noite e não chorarei.
Não tema se desejar estar comigo mais uma vez, ou outras. Eu sentirei enquanto estiver comigo e continuarei aparecendo enquanto apreciar minha companhia e meu jeito de ser. Não tenha medo de dizer o que precisar ou desejar, não se intimide em pedir minha ajuda ou meu sorriso para um dia nublado, meu coração se sentirá feliz em participar um pouco de seu mundo (porque só se participa dele nas tempestades, nos dias de sol somos apenas hospedes) e nunca pena. Não procure meus defeitos, eu não os mudarei, não esconda os seus, eu os respeitarei. Não tenha medo de dizer que hoje prefere a solidão a mim. Eu ficarei escrevendo e não me importarei. Mas seu eu ver isso em seus olhos inventarei uma desculpa qualquer e irei embora.
Não tenha medo se desejar me conhecer hoje e amanhã só pensar em letras ou músicas e não tema que o contrário aconteça, apenas vivamos nos sonetos de Vinicius, que são os mais puros e os mais verdadeiros quando se trata do sentimento de amar.

E por fim, não tema se depois de um tempo eu voltar a querer lhe falar, não terá segundas intenções, apenas estarei com saudades de nossas conversas e sorrisos e da amizade, que é um dos poucos amores que eu acredito.

por Adrins
amável
afável
...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Continuo guardando o que não me pertence

~~Guardo o que não me pertence ~~

Quando vir buscar
estarei lá
as três da manhã,
quinta-feira,
sob a chuva....

Na ausência
continuará sendo seu
até pés o guiarem,
olhos se fecharem
e eu deixar de guardar...

~~Outro~~

Diz a lenda que pertence a um coração
marcado pela bondade
reconhecível pelas cicatrizes de batalhas
e que terá forças para tirá-lo da pedra.


por Adrins
guardiã (eterna?!)

domingo, 25 de outubro de 2009

Minha vida não é uma opera

O fantasma do passado instalou-se em frente a minha casa. Estive correndo demais e não o percebi por semanas, meses... Somente hoje, quando parei para respirar o vento é que dei-me conta de sua presença - branco, translúcido - e compreendi que tenho passado por ele diversas vezes. Estive correndo muito e olhei, mas não vi. Enfim olhei o que poderia ter sido. Não pensei em pureza ou paz, vi apenas um fantasma preso ao passado.
Separados pelo espaço-tempo ele não pôde mais me tocar.
Ele não pode mais tocar o meu tempo.


por Adrins
no espaço-tempo

Meios do nada

.
Esse meio-desejo que não é capaz de fazer chorar e que não provoca sorrisos.

Esta estação do nada, de não olhar, não sentir, não decidir; de não vida.

Este muro construído para os pés não tocarem nenhum dos chãos.

Esse meio que é menos que nada.


por Adrins
(não) meio...

sábado, 10 de outubro de 2009

Sobre livros, cães e mais alguns em minha vida...



Memorial

Recordo do primeiro dia, a rua cheia de mães e crianças indo na mesma direção; a escola. E também recordo de um cachorro acompanhando uma das crianças, o meu ficara em casa. O primeiro dia das letras acontecera antes, eu desenhava cachorros e minha mãe ensinava a desenhar vogais, porque não houvera vaga para mim no jardim no ano anterior. Lembro da professora do pré, que não devolveu a guirlanda de natal de minha mãe, emprestada para decorar a sala. Lembro da dificuldade dos colegas em desenhar o nome e os números, eu já tinha aprendido, e da dificuldade da professora em escrever meu sobrenome – minha mãe teve de corrigir a pasta.
Na primeira série aprendi letra cursiva a duras penas, horas escrevendo em casa para diminuir a letra sob os olhos de minha mãe, para enfim poder brincar com o cachorro, e aprendi a escrever seu nome: Moleque. Minha madrinha comprava livros antes de eu saber ler, histórias para pintar. Depois narrativas longas que eu gostava de ouvir aos fins das tardes de domingo, nunca para dormir.
Na segunda série, em nova escola, meus colegas aprendiam letra cursiva, eu precisava aprender letra de forma. Horas em casa copiando letras de livros, do professor de catequese... Não lembro de minha mãe neste processo, lembro apenas do meu desejo.
Desejava decifrar as folhas da missa (as da escola eu conseguia, todas letras que eu conhecia), me encantava ver as pessoas lendo juntas, consegui!
Minha madrinha trazia livros, eu lia. Minha madrinha veio morar conosco, me encantava vê-la lendo livros grossos por horas a fim. Passei a ser aluna preferida das peças escolares no fim das séries inicias (em nova escola novamente), não tinha dificuldade em decorar folhas de textos, as minhas falas e as dos colegas.
Nas séries finais (mais uma escola nova) meu cachorro morreu, esqueci as duas últimas estrofes do texto do geogral (versos não ditos que lembro até hoje) e descobri o Vale Verde de Urda Krüger nas aulas de leitura. Encantou-me ler sobre o moro Jaraguá. Minha madrinha disse que não era daqui, SP também tem Jaraguá, era incompreensível para ela histórias de tão perto. Eu continuei encantada e o li em algumas aulas, até a minha professora o tirar da caixa da coleção Vaga-lume.
Alguns anos depois descobri quem era a autora e o que era a história, ainda não terminei de lê-lo, ainda desejo lê-lo, e como foi mágico descobrir que se escreve aqui e daqui. Compreendi que minha madrinha não era leitora apaixonada, somente apreciava romances de banca e livros de auto-ajuda. Mas ela compreendeu que eu era leitora alguns anos antes e levou-me a biblioteca pública, por causa de Urda. A menina tímida não pediu o livro, foi procurá-lo, existiam muitos e no não achar preferiu pegar outro, gozaram dela pelo livro que escolhi: Bruxa Madrinha. Homenagem! Disseram. Não deixou de ser. Madrinha-bruxa-boa que abriu o mundo dos livros com suas pequenas poções (em pequenas porções) que aprendi e passei além. Bruxa Madrinha falava de magia e de realidade social, uma bruxa que vigia uma menina de favela (numa época que ainda não era moda) e tenta intervir em suas dificuldades porque queria uma afilhada para ocupar-se. Parei de ler sobre cachorros e histórias de amor, descobri os livros “pensantes” livros críticos que me faziam saltar o coração. Aprendi muitas línguas de muitos livros e não conseguimos mais conversar sobre eles; já li seus romances com prazer, ela continua lendo. Minha mãe não me deixou ter outro cão, adotei gatos, pretos!
No ensino médio tentei escrever, tinha problemas com poesia, passei a recebê-la quase todos os dias antes da universidade e quase todas as semanas durante. Consegui uma chinchila, meus gatos morreram, meu filho nasceu e fiz as pazes com os poemas de minha vida. E deixei-os ir, descobri minha própria poesia e com ela minhas letras.
Conheci escritores do meu chão, e a literatura infantil. Saboreio ler e criar histórias com e para meu filho. Encontrei amigos de escrita e de leitura para o meu dia-a-dia sem hora ou lugar (nas madrugadas de descanso, a luz da lua, debaixo de cobertas; nos dias de sol sobre o gramado, debaixo de árvores; nos intervalos do dia no msn, orkut, telefone...) para ler Drummond, Carpinejar, Neruda, Clarice, Manoel de Barros, Galeano, Cortazar, Bukowski e quem mais vir nos visitar. Para falar de e com histórias e criar histórias; nossos próprios escritos, na ficção e na vida. “Dividimentos” tímidos mais confiantes, de textos nascidos em nossos corações que ainda precisam ser regados.
Descobri uma irmã de letras, sorrisos e aprendizados compartilhados dia a dia ainda que seja preciso ler ao telefone de madrugada. Pequenas visitas de meu filho nestas descobertas, textos nascidos pela existência dele.Textos lidos na escola, sementes de possibilidades encantadoras ao desafiá-los a encontrar suas próprias letras e poesias.
Vivo no mundo dos livros entre o real e a ficção, já não os separo e nem preciso. Descobri que posso escrever, descobri amigos que escrevem, instigo alunos a escrever, e um dia, talvez, meu filho. Respiro prosas e versos num mundo imenso/intenso onde muitos tem o mesmo respirar, cada qual a sua maneira. Adotei um vira-lata para meu filho...


por Adrins com livros e cães

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

In son ia


Ele falou de sonhos

e agora não consigo mais dormir

por Adrins ...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Para Lenini Casemiro, pelo seu dia, seu mês e sua existência...








“A maternidade não repousa no sobrenome, nos traços, no molde genético;
é um escapulário debaixo da camisa que não se vê. Uma pitanga,
em que o caroço é quase do tamanho da fruta”

Carpinejar

O poeta-filho falou-me da força da mãe com tempo para tudo, com tantas coisas e tão amorosa aos filhos. O poeta-filho não entende que ter um filho não é sacrificar ou dividir, mas somar ele em sua vida.

Ter um filho significa crescer no mais profundo valor desta palavra: crescer por dentro. Melhorar todas aquelas falhas suas que ficavam nas promessas de fim de ano. Porque não tem mais desculpas. E crescer sem faz-de-conta porque seu filho está dentro do ventre e ouve e sente o mesmo que você. É aprender sem preguiça, porque o tempo de ensinar já esta aí. E você cresce e passa a gostar de tantas pequenas coisas que não gostava ou não admirava mais. E fica imaginando como é olhar o mundo pela primeira vez, tenta olhar o mundo pelos olhos dele, sentir o mundo como ele sente.
E você volta a ser criança. E de repente a casa, o trabalho, os amigos ganham outra cor e você arruma tempo para fazer tudo (mesmo sem dormir, porque descobre que pode dormir muito menos do que pensava que poderia), e faz tudo com mais alegria, porque ele existe, e cada percepção sua, vem carregada do sentir dele, ainda que no faz-de-conta. E você o vê repetindo sua fala, seus gestos, e você repete seus olhares, seus anseios, você nunca mais estará só, porque sua vida está carregada da existência dele.
Ter um filho é crescer por mais duas vezes, da primeira você cresceu com seus pais, da segunda para seu(s) filho(s) e da terceira com seu(s) filho(s).
Ter um filho é crescer por amor...


por Adrins (re) crescendo


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Do que se esquece do mundo quando se prova

Para E.L.E.
porque o beijo tem sabor de café

Quente
Extra-forte
aroma inconfundível
ao aproximar os lábios
o corpo aquece
no aroma
arrepia e extremece
os dedos aproximando
a vontade de provar
toque e fervor
o gosto do sal na ponta da língua
o calor-fogo no corpo até a alma
o líquido quente dentro do corpo
o saborear da prova só existe uma vez
mas o vício pede para ser repetido até a exaustão
Algumas bebidas são mais doces quando saboreadas com sal
e suspiros
talvez... creme!
.
.
.
por Adrins
café! café! café!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Rascunhos que pedem libertação

Da oficina de formação de escritores:

.Ensaiou frases e sorrisos uma tarde inteira. No fim da noite faltou-lhe a voz...

.Pela manhã os números tornaram-se pessoas, oferceu-lhes um cumprimento. Pela resposta não dada soube o que eram realmente.

.Observou as curvas de seu corpo visiveis, por baixo da camisa branca, contra a fraca luz da cozinha. Ela continuava o movimento automático entre espumas e pratos.
.Pensou nas espumas, nas mãos... os pratos tambem lhe deram idéias.

.Carros apertavam-se a rua na tentativa de acelar o fluxo. Olhou para o carro na fila ao lado, o motorista parecia discutir com alguem ao seu lado. Na frente uma mulher retocando a maquiagem no retrovisor. Na calçada o movimento de jovens conversando animadamente, um rosto conhecido caminhando em direçao oposta. Ouviu uma buzina as suas costas, olhou para o sinal, estava verde, o trem já havia passado. Vontade alguma de seguir adiante, mas as buzinas insistiam para que o ritmo continuasse, vencida, acelerou.

por Adrin
ensaiando

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Não desejos para o menino que não me lê

Postam uma pedra-dor no peito
não move mãos para tirá-la
permanece a olhar
doi pedra, doi.

Trazem sensações que movem
a música é boa
o verbo alegra

Oferecem o breu fumaça
prova
névoa...

o verbo confunde-se
a música é pouco ouvida
sem forças para tirar a pedra
não a vê no breu
quase esquece
fingi não sentir

Outro dia
ha pedra

quer a música
saboreia o verbo
aceita o breu
fica a pedra

E outro dia
a pedra
o breu
pouco verbo
inaldível música

pedra e breu
breu-pedra
quase lembra da música
quase almeja o verbo

Pedra
breu
som...

por Adrins
sem cobrir músicas e verbos com névoas
movendo pedras com músicas e verbos

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Se dar dá

Nada dá mais prazer do que dar prazer
Quem dá sente mais prazer que quem recebe
Se dá prazer para senti-lo mais que o outro.
Se receber desse mais prazer que dar
Não se daria
Se esperaria receber
Se prazer mesmo é dar
Se dá por puro egoísmo
Não egoísmo é receber
E quão difícil é receber,
fere o orgulho, o brilho , a alma...
Gesto de amor mesmo, é receber!
com humildade e alegria
para dar prazer
a quem dá prazer
porque precisa sentir mais que quem recebe.

por Adrins
dá?!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Amargos-doces, doces-amargos

(2+2 ou 3+1 são 4)


No amargo entendi que existe doce.
No doce entendi que preciso do amargo.
No doce amargo compreendi tudo!

A formiguinha sempre fora alimentada com o mais doce acuçar, e crescera muito doce e açucarada.

A abelhinha sempre foi alimentada com o mel mais doce, e cresceu muito; doce e melada.

A formiga crescera e ao seu ofício fora apresentada: colher folhas amargas de sol a sol, fugir da chuva, reconstruir o ninho.

A abelha cresceu e ao seu ofício foi apresentada, proteger-se da chuva, cuidar da colmeia,voar ao sol, colher polém; amargo.

Colher, fugir, reconstruir.

Proteger-se, cuidar,voar, colher.

Não chorara a formiga, que aprendera a fazer seu açucar das folhas amargas e alimentara as fortes formigas.

Sem choro a abelha fez seu mel, do polem-fel, e alimentou as pequenas abelhas.

Saboreava o doce, amava o amargo.
Amava o amargo, saboreava o doce.

Saboreiaria amargos-doces, amaria doces-amargos.
Amará amargos-doces, saboreiará doces-amargos.

Folhas, polem, chuva, sol... quem sabe o azedo...


por Adrins
amargos-doces

Aste-risco

*
Brigar?
nunca!
.
Discutir ?
sempre!!!
por Adrins
plural

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Pequeno grande conto

.
O príncipe enfrentou o tempo, as tempestades e o dragão para libertar a princesa de sua prisão. Quando a trouxe em seu cavalo branco, ainda desfalecida, houve comemoração e festa, e o rei declarou que ele ganhara a mão da princesa. Enquanto o príncipe comemorava seu merecido troféu, a princesa era banhada e alimentada para o casamento.

Na manhã seguinte não houve festa, a princesa sumira. Quem a aprisionara desta vez?!

No alto da colina, a princesa cavalgava longe, de calças, no forte alazão. Liberta-la de uma prisão por outra? Não!

por Adri.n
na colina

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Sentimentos de posse

.
Ela continua a suspirar por ele
- depois de tudo?!
- depois do nada!

Porque mulher é assim
precisa de um homem
se não na cama
no pensamento

Ele continua a responder pra ela
-depois do nada?!
-depois de tudo!

Porque homem é assim
precisa de mulheres
se não na cama
no telefone

por Adri.n
Mulher?!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Meias palavras

.
O que é mais importante que amar a si?
A razão de amar a si mesmo.
E mais que a razão?
Viver.
E o que é mais importante que viver?
Sentir.
E mais que sentir?
Dividir.
E do dividir?
A razão de dividir.
E mais importante que a razão?
...amar
Amar a quem?
Amar o que?
Tudo...

por Adri.n
nada e tudo

terça-feira, 16 de junho de 2009

Do que não foi dito sobre a raposa e o principezinho


"A raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe. - Por favor…cativa-me! Disse ela. - Eu até gostaria – disse o principezinho – mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer. - A gente só conhece bem as coisas que cativou… – disse a raposa – Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me !" Saint-exupéry

A raposa era feliz e amava correr com o vento. Não tinha nada e nada lhe faltava. A floresta era sua mãe, amiga e amante. Sorria com os olhos todos os dias ao acordar e dormia em paz.

Eis que os homens cinza vieram à procura de diversão e encantaram-se com a alegria da raposa, ela não se encantou com os homens, por isso fugiu. Mas eles eram ardilosos e ela não conhecia maldade, de modo que foi fácil aprisioná-la e levá-la a civilização.

A raposa continuava amando a floresta, mas encantou-se com a civilização, e dedicou-se a observar e conhecer o coração e as palavras dos homens. Quanto mais conhecia mais compreendia de todas as formas e cores que eles eram e o quanto eles eram tristes. Mas ainda assim apaixonou-se por suas curtas alegrias, e suas cores e suas músicas.

Mas a raposa amava a floresta e como os homens já haviam se esquecido de onde ela viera deixaram de vigiá-la e então, ela voltou para seu ninho.
Foi feliz na floresta como sempre fora, mas compreendeu que estava encantada para sempre pela civilização. Passou a dividir seus dias com seus dois amores. Vez por outra ela deixa a floresta pela música, pelas cores e pelos curtos sorrisos.

Mas estando só sentiu vontade de dividir e passou a observar nos homens os quais amavam o mesmo que ela e descobriu que eram poucos. Contudo, descobriu leais companheiros.

A raposa estava entre a floresta e a civilização da primeira vez que o pequeno príncipe viera e ela gostou de sua companhia e quis saber sobre sua rosa e seus baobas, mas não perguntou nada. Apenas correu no vento e lhe mostrou seus ninhos e suas nuvens e o que sabia dos homens, pelo simples prazer da companhia.

E encontrou o principezinho com os homens uma vez e viram as cores e ouviram a música e riram juntos... E a raposa voltou para a floresta feliz com o que vivera, sem saber se o veria novamente. E voltaram a se ver, porque amavam os mesmos lugares e sensações.

E voltaram a se ver. Mas aquela noite foi diferente porque o pequeno príncipe viera a floresta trazendo músicas e cores. E ela sentou ao seu lado e ele acariciou seu pelo e permaneceram por muito tempo cada qual em seus pensamentos. Ela sabia que os pensamentos dele não eram dela, mas aquele momento lhes pertencia e quando o dia amanheceu e ele voltou para o reino (ou seu planeta, ou sua lua, nao era capaz de saber) ficou um pouco de música, cor, riso e cheiro. A raposa não sabia se o veria mais uma vez, mas dormiu pensando nas cores do trigo e o que diria se houvesse uma despedida.

por Adri.n
ainda querendo dividir nadas

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Quintos por um quarto

Primeiro quinto – a água

Dois corações de desejos mesmos
Caminhos cruzados
Um segundo lado a lado
Nunca souberam

Segundo quinto – a terra

O coração espalha sementes pelo sorrir
Entre sementes de verdades e de mentiras
Cada um vive na árvore que acredita
Ou que vê.

Terceiro quinto – o ar

O coração fecha os olhos ate o ultimo segundo
Deixa que o guie
Não teme abismos
Tem asas

Quarto quinto – o fogo

Uma pequena chama no meio da noite
Um raio de sol através da janela
Um sorriso frágil numa face cansada
Um desejo sem pressa de iluminar
Dentro do sentir pequenas luzes iluminam mais que um sol inteiro

por Adri.n
no quarto quinto

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Se (não) souberem que existimos.

para um coração que tem aberto o meu:

Se (não) souberem que existimos.

E que importa se no futuro (não) falarem de nós?!
importa que vivemos
sentimos, cheiramos, provamos
cada minuto de nossa vida

E que importa se sofremos?!
importa que aprendemos
provamos, choramos, rimos
nos divertimos de nossa estupidez

E que importa o que tivemos?!
importa o que imaginamos
sonhamos, desejamos, lutamos
utopias que nunca deixamos morrer

por Adrin
sem importâncias

domingo, 19 de abril de 2009

Pleonasmo

da alma

Olhar de perto
Aproxima
Olhar de longe
Distancia

Se descer
Que seja para baixo
Se subir
Que seja para cima

Olho no fundo dos olhos
Da alma
Para perder o medo


por Adri.n
ao luar

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Será que chove no luar?

Desconfio que não

mas tento e tento o sim

vai chegar o dia que poderei lutar?!

lutarei

até onde for possível...


as vezes penso que pode ser

errei tantas vezes

meu coraçao não acredita mais

misto de esperança e desilusão

deus, se acontecer...

se acontecer...

Continuarei sendo eu

com os mesmos sonhos e tristezas

mas nao serei só eu...

Aconteça!

por Adrin
acontecendo?!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Sempre ha alguns olhos tortos, fortuna ou má sorte, eles existem...

.
... E Lucia era diferente.
Não por possuir uma característica física especial, de superior ou inferior valor estético. A diferença de Lucia morava em seus olhos, que não viam do mesmo modo que os outros. Mas iniciar uma descrição de Lucia dizendo que esta era diferente, talvez seja ofensivo porque a primeira vista, pelo sempre pre-julgamento da aparência, Lucia era igual a todas as outras. Talvez um pouco menos ou apenas mais opaca, no julgamento de alguns pelo modo simples de se arrumar; sem gosto pela moda, diziam. Mas era doce e atenciosa, então esta falha na aparência lhe era perdoada.
..O fato, contudo...

.................................(cbs)..........................

por Adri.n
de olhos...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Ha os que precisam estar de ponta cabeça para viver.


..
Sexta-feira de salvar morcegos da morte
ou moçinhas de vampiros
tudo depende do que se acredita
ou se sabe

morcegos não vampiros mordem
frutas
morcegos precisam estar de ponta cabeça
para voar

mas se eu tivesse dito o que queriam ouvir
elas teriam acreditado

por Adri.n
fatos!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A terceira margem

...

Tem dias que acordo dizendo não!
Mas o dia segue e antes que ele termine sou todo sim
os sonhos são todos por favor...

Tem noites que que vou dormir decidida - não!
Mas antes que os sonhos terminem estão todos dizendo sim
acordo com por favor em meu peito...

por Adri.n
sem hora mais racional

domingo, 29 de março de 2009

rascunho

Havia dias que a perfeição lhe cançava
pesava-lhe as costas e doia-lhe o peito
e obrigava-lhe a tirar folga
ainda não havia aprendido a ser imperfeito e feliz...

por Adri.n
imperfeita

segunda-feira, 23 de março de 2009

O Caldeirão do aprendiz está cheio de poções mal entendidas

.
As pessoas que cuidam dos sentimentos de outras são as que mais sofrem,
As outras têm raiva ou inveja de sua bondade
- Ah é? Quer agradar? Vamos ver até onde aguenta!
E testam a sensibilidade até o ultimo fio.
As vezes as pessoas emudecem e se isolam
- não falei que era uma mentira?
E quando veem outra alma sensível iniciar a peregrinação,
Tiram a cabeça do casulo e gritam como é o mundo.
As primeiras os chamam de amarguradas.
Quem dera existirem mestres para guiá-la,
E ouvir perguntas retóricas,
Mas nem o silêncio da sabedoria existe.
Resta trocar historias para quem sabe achar a resposta.
Às vezes o céu se abre por instantes,

As nuvens voltam antes dela memorizar a resposta.
Pedira sabedoria, mas não sabia que com ela vinha o sofrimento.
Por tempos fechava os ouvidos quando lhe sussurravam a verdade,
E fingia não ver.
Mas continuou a pedir sabedoria e o mestre a sacudiu
- Então abra os olhos.
E verdade a jogou contra o chão, quase não soube levantar
Enfim aceita e reconhece seu preço
O grande mestre lhe dissera:
- Vai e sente o sabor da derrota.
E ela o prova.
- Então esse é o gosto...
As pessoas de coração duro esperneiam e não ouvem o grande mestre
- Não foi isto que pedi!
As pessoas de coração doce reconhecem que fizeram o pedido errado
- Deveria pedir amor
Mas ela não o pediu por inteiro
E ele veio aos borbotões
Quando ele cruza seu caminho dói-lhe o peito
E pensa em pés descalços, livros abertos, jogos de xadrez, cabelos ao vento, corpos na chuva e lábios molhados...

Quase sente seu abraço apertado...
Ele não pensa nada,
Ela ouve os sussurros.
Ainda não soubera pedir.
Mas fecha os olhos mais uma vez:
- Só mais um pouquinho
Os abro na queda
Melhor cair que não pular....

por Adri.n
provando
Sábado é dia de sentir o gramado nos pés o sol nos cabelos e a alegria na alma.
Sábado foi dia de alimentar as formigas.


Como alimentar formigas:

Espere por um dia de sol e procure um lindo gramado
Tire os sapatos e estenda uma toalha com ajuda de amigos e do vento
Distribua suas guloseimas
Elas não precisam ser chamadas, mas podem demorar um pouco
Observe o céu
Converse sobre livros e homens
Deixe o vento brincar com seus cabelos e carregar suas palavras
Permita que o sol toque sua pele e aqueça seu coração
Ria e fale alto sempre que der vontade. As formigas alegram-se com sua distração e aparecem sem você saber de onde, exibindo sua grande força para carregar migalhas e coragem para andar sobre seus pés .
É provável que sobre alimento e algumas formigas mudem-se para sua casa, mas você nunca mais as verá, a menos que repita o ritual.
Você desejará repeti-lo antes que possa calcular.


por Adri.n
alimentando formigas

segunda-feira, 9 de março de 2009

Não vidas

Pelo nosso dia...

....Seus olhos são abertos pelo cantar dos pássaros, depois de um beijo para abrir o par de olhos que descansa ao seu lado, ela sente a madeira fria e o gramado molhado em seus pés. Traz perfume para dentro das paredes simples enquanto prepara os ovos e o café. Logo a mesa é só algazarra com as crianças rindo e brincando. Correm para suas brincadeiras, no gramado, nas árvores, entres os gatos e cães sonolentos, e esquilos que aparecem no início e fim de tarde para buscar presentes saborosos.
....Ela e seu companheiro passam o dia entre os pequenos afazeres e a educação das crianças, que a tarde vão para a escola, ela não saberia dizer como, pela distância, mas sabe que eles vão e apreciam muitos rever a lição na varanda, acompanhando o pôr-do-sol.
...Vez ou outra, todos seguem para a cidade rever pessoas e permitir as crianças conhecerem o que não vivem. Elas não se seduzem por nada, pedem pelo vento nas folhas e o escuro das noites.
....A noite é dividida entre observar estrelas, morcegos e vaga-lumes e as magias nascidas da imaginação e das letras. As crianças dormem e eles permanecem encantados por um longo tempo até fechares os olhos, exaustos e feliz.
....Então o som do metal reinicia sua sequência de um acorde, ela abre os olhos com tristeza, vê sua sombra no espelho, toma qualquer coisa sem sabor, calça-se, tranca portas e segue sobre o cimento morto...
.
por Adri.n...
.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Das luzes

.

Ha algo que fascina nas linhas de luz
não a grandiosidade das construções,
nem a magia do ascender,
menos o perigo de morte sobre as cabeças.

O que realmente fascina não está dentro,
mas fora.
A balançar os fios em dias de vento,
a tocá-los e abandoná-los sobre a chuva.

O que encanta nos tuneis das luzes
são os verdadeiros donos, por domínio,
os pássaros.

por Adri.n
embalada

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Conversa de menino dormir

- então vamos guardar o livro, apagar a luz e dormir
- por que tem que apagar a luz?
- pra ficar melhor pra dormir
- por bichinhos não entrar?
- é
- eles tem medo do escuro?
- tem
- se o bichinho entrar o escuro fica bravo?
- hurum
- e ai o escuro vai atrás do bichinho?
- hum
- o escuro escuta o barulho do bichinho e vai atrás dele?
- é... então vamos ficar bem quietinho pro escuro escutar o barulhos dos bichinhos
- tá bom!

O menino finge roncar e dorme

De madrugada o bichinho faz barulho e o escuro vai atrás dele,
parece que o pegou,
porque logo voltou....
(não se brinca com a imaginação dos meninos)

por Adri.n
trascrevendo

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Flores de plástico não vivem

,

Ela não se lembrava de como viera parar ali, talvez fosse desde sempre, talvez tivesse vindo do outro lado. Não sabia se era flor ou folhagem e nem porque permanecia do lado de dentro da janela enquanto as outras ficavam do lado de fora, mas não se importava. O fato era que de tão pouco se importar com sua vida, mal tinha forças para umas poucas folhas amareladas. Mantinha-se viva apenas ...

..................(cdb)................
por Adri.n
ainda com pensamentos verdes

sábado, 7 de fevereiro de 2009

O nome é que menos importa

.



Minha mãe ganhou uma planta fascinante
tão frágil
que quando tocada
se desfolha
e de cada uma delas
nascem raizes
Contudo
seu tamanho só tem aumentado

Tenho aprendido muito com ela



por Adrin
desfolhando a cada toque

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

domingo, 18 de janeiro de 2009

Talvez...

Talvez...
realmente não haja mais vida em todo o universo
talvez, todos os seus habitantes tenham se auto-destruído
e nós só estejamos demorando um pouco mais que eles...

por Adrin
desejando mais pensamentos verdes para 2009