quarta-feira, 27 de julho de 2011

Qualquer semelhança não é mera coincidência

Diz-se que totalitarismo e democracia são, ou deveriam ser, regimes opostos, mas a prática tem provado que onde há poder há subjulgação.
Assim, em suas duas obras mais famosas Animal Farm (revolução dos bichos) e 1984, George Orwell, sobre o pano de fundo de regimes totalitários, trata sobretudo do comportamento do homem em sociedade.




Em Animal Farm, para dividir e governar, o porco Napoleon acusa o porco Snowball de querer regalias para si, expulsando e considerado-o uma eterna ameça a “conquista de liberdade”. E nasce, a olhos não vistos, a primeira emenda nas leis que foram estabelecidas em conjunto pelos bichos da fazenda; todos os animais são iguais... Inciso primeiro: “ mas alguns animais são mais iguais que os outros”. Gerando aos animais da fazenda trabalho ate as suas ultimas forças, para a riqueza e a gloria de Napoleon. Quando o argumento falha o porco tem sua guarda de cães ferozes; arancados da colonia ainda filhotes e incapazes de reconhecer a própria mãe. E assim o autor nos mostra como leis conquistadas a luta e sangue por muitos, pode ser reformada para o interesse individual.




Em 1984, a função de Winston Smith é manipular a propaganda a favor do Big Brother, que a tudo controla atravéz das cameras. A propaganda solidificava o Grande Irmão como heroi que tinha sua imagem reverenciada, com frases acaloradas sobre sua generosidade, ao fim de cada dia. Winston tenta fujir a sua rotina morta e é preso pela polícia do pensamento pelo mais perigoso de todos os crimes; amar. Ele se relacionara com uma mulher, passando a sentir, deixa de ser máquina.




Wiston é torturado até ter a “consciência” de que fora manipulado pelo “inimigo”, e após fazer sua declaração de amor ao Grande Irmão, em frente as cameras, com lágrimas de felicidade por ter caido em si, tem o direito de morrer com alguns goles de café. Porque ao Big Brother não basta a morte, é preciso que o “traidor” ame-o.




Orwell, desiludido com um sistema, que prometia uma vida melhor, mas que se corrompia para o interesse de quem tinha o poder da caneta, esprime o habitat natural do animal homem; colônias escravocratas.




Ao nosso descobridor das américas, ciente da lei da propaganda e da igualdade de alguns homens, restou apenas aplicar-nos a última lei, a de “ama-lo”.
Mas não esqueçamos de Thoreau, que nos diz que muitos dos nossos direitos foram conquistados pelos que vieram antes de nós, e é preciso lutar para merece-los.





Texto publicado na folha sc em 27/07/11 e no jornal o correio do povo em 03/08/11

quinta-feira, 21 de julho de 2011




Texto publicado na Revista Nossa - edição de julho.