terça-feira, 15 de junho de 2010

Ha espera de um (não) silêncio

Esse silêncio é só pra fora, do lado de dentro há tantas palavras que sussurram e gritam, inútil tentar prende-las. Impossível fazê-las ser ouvidas por alem de meu peito. Elas esbarram em minha garganta e me impedem de respirar, mas ainda assim elas respiram e assim eu sobrevivo, pela respiração delas. Tento lembrar como é respirar por mim mesma, o ar atravessando meus poros, minhas células, o meu viver. As palavras me impedem de sentir, mas a memória é tátil e tudo está lá, dentro de meu peito, ainda que em outro tempo e por outros tempos eu sobrevivo. Em um outro tempo eu voltarei a viver, a respirar e suspirar.

por Adrins
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