terça-feira, 18 de maio de 2010

(h)a-lados

Era um ser de luz, tomado pelo desejo de sentir o vento sobre suas asas na imensidão do céu, estando ele azul ou negro.

Abria as asas e voava até todo o seu fôlego, até toda altura que ousava alcançar, para sentir a proximidade do sol ou atravessar a chuva.

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Houve um outro ser que passou a seguir e provocar seu voo e ambos voaram, sorrindo e sentindo, algumas vezes.

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Um dia, durante um voo, o segundo ser sorriu e revelou garras brilhantes e sem nada dizer ou responder, em pleno voo, mudou de direção. Mas para fazê-lo apoiou suas garras nas asas do ser de luz, para tomar impulso e desaparecer de vista mais rapidamente, sem mesmo olhar para sua queda.

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Do chão, o ser ferido viu o céu vazio e tentou voltar para ele, mas sua asa pesava e doía, fez seu caminho sobre o chão e enquanto andava sentiu terra sob seus dedos, ouviu ramos farfalharem e viu o colorido de minúsculas flores.

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Percebeu que deitar-se próximos as flores diminuía o peso de sua asa, subir uma montanha diminuía a dor do ferimento e ao chegar no topo, se as abrisse, sentia o vento eriçar suas penas.


Seu prazer agora estava no chão, na terra. E se via outros das alturas, seus pés continuavam no chão. Continuou a ser de luz e sorrisos, mas ver asas quase tocando o céu agora lhe parecia um sonho, uma visão estranha de algo que não compreendia.

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De vez em quando esticava sua asa e tocava e observava os vincos fundos cicatrizados e olhava o céu e colhia flores ou sentia a chuva sobre sua pele enquanto caminhava e carregava um ramo.

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No alto da montanha, de asas abertas, com o céu vazio sentia o vento.

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Quando seu líquido quente tocou sua face, sentiu-se quase do mesmo modo que quando voava e deu-se conta de que não mais sabia como era sentir que se está voando na imensidão do céu, azul ou negro.


por Adrins

voando?!

terça-feira, 11 de maio de 2010

cultivadores de sorrisos

para os amigos cultivadores

Ganhei um buquê de sorrisos
sem nenhum motivo especial,
de amigos especiais.

Coloquei em meu coração
eles são muitos!
são lindos!
seu perfume alegra minha alma!
e não murcham.
Amanhã vou à praça
distribui-los
para quem mais quizer cultiva-los.

por Adrins
Feliz!

domingo, 9 de maio de 2010

as rosas sobre a mesa


não me permito ve-las
falta de sensibilidade?

excesso!
elas veem para desmanchar mal entendidos

não chegam para mim

sou toda entendimentos

mas se eu ve-las por um instante
vou acreditar por um segundo
que eu as recebo

não as vejo

mas sei que são rosas

e rosas...


por Adrins
em desvendamentos