Li uma crônica do Schroeder esta semana que me impressionou:
“Os únicos dois atos verdadeiramente revolucionários no mundo de hoje são isolar-se em um livro e abrir-se num amor. Esqueça a retórica da esquerda, a letargia da direita e o conformismo do centro, pegue um livro e vá namorar num parque, seja um revolucionário de verdade”.
(No link:
http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a1864876.xml&template=4191.dwt&edition=9875§ion=898)
Tenho de concordar com ele. E fiquei a pensar, apesar de não ter um amor para ir ler no parque minha vida está rodeada dele. E tive de escrever, ainda que eu não saiba poetar..

O amor envolve
O amor é insípido, inodoro
Mas dá forma, luz,
Cria vontades,
Desenvolve alegrias
Ainda que o prendam,
Não fica na escuridão.
Atravessa qualquer brecha.
Tem espírito livre.
O amor move a vida,
E aceita a toda,
Na sua forma.
Diversidade.
O amor não transforma,
Mas metamorfoseia-se por ele.
Poucos verdadeiramente,
Muitos por apenas um tempo.
Mas nunca por pedido.
O amor sobe e cai eternamente,
Mas não modifica sua essência:
Amar sobre todas as coisas, fatos ou dores.
O amor não é alegre,
Não é triste,
Não é um estado de espírito,
Não é uma busca.
É uma vontade,
Uma escolha de vida,
Desprendimento.
Aceita o sofrimento como quem aceita uma flor,
E permanece com ela até murchar.
Depois a poe fora sem mágoa.
Entende que seu tempo já acabou.
E volta para o jardim cheirar as rosas,
As flores.
Toca-as, beija-as,
Mas nunca as colhe.
Prefere-as livres,
Para as borboletas.
Ama-as em todas as suas cores e formas.
Por Adri.n que sempre ama.