sexta-feira, 23 de maio de 2008
De todas as formas de amar...
Li uma crônica do Schroeder esta semana que me impressionou:
“Os únicos dois atos verdadeiramente revolucionários no mundo de hoje são isolar-se em um livro e abrir-se num amor. Esqueça a retórica da esquerda, a letargia da direita e o conformismo do centro, pegue um livro e vá namorar num parque, seja um revolucionário de verdade”.
(No link:
http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a1864876.xml&template=4191.dwt&edition=9875§ion=898)
Tenho de concordar com ele. E fiquei a pensar, apesar de não ter um amor para ir ler no parque minha vida está rodeada dele. E tive de escrever, ainda que eu não saiba poetar..
O amor envolve
O amor é insípido, inodoro
Mas dá forma, luz,
Cria vontades,
Desenvolve alegrias
Ainda que o prendam,
Não fica na escuridão.
Atravessa qualquer brecha.
Tem espírito livre.
O amor move a vida,
E aceita a toda,
Na sua forma.
Diversidade.
O amor não transforma,
Mas metamorfoseia-se por ele.
Poucos verdadeiramente,
Muitos por apenas um tempo.
Mas nunca por pedido.
O amor sobe e cai eternamente,
Mas não modifica sua essência:
Amar sobre todas as coisas, fatos ou dores.
O amor não é alegre,
Não é triste,
Não é um estado de espírito,
Não é uma busca.
É uma vontade,
Uma escolha de vida,
Desprendimento.
Aceita o sofrimento como quem aceita uma flor,
E permanece com ela até murchar.
Depois a poe fora sem mágoa.
Entende que seu tempo já acabou.
E volta para o jardim cheirar as rosas,
As flores.
Toca-as, beija-as,
Mas nunca as colhe.
Prefere-as livres,
Para as borboletas.
Ama-as em todas as suas cores e formas.
Por Adri.n que sempre ama.
terça-feira, 20 de maio de 2008
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Experiência e impressoes a cerca do meu cotidiano:
Meus sorrisos não acabaram
É fim de tarde e tenho pressa, me esperam, mas o tempo parece não seguir meu ritmo hoje, novamente, e entro no seu. Na rua pedem minha atenção, já que a tenho, dou. Com um arame e um pouco de arte meu nome vai sendo desenhado, penso nele, quase o mesmo do meu pai não fosse um por um D maroto que se pôs no meio, sobram as três letras que um dia formaram o nome de minha vó. E da minha mãe o que tenho? Herdei todo o resto, menos a idade e a experiência, estas terei de conquistar por mim mesma.
Um pequeno arame pode ser um porta retrato, um porta incenso ou um questionador, basta ser criativo e ter simplicidade. Por fim pede-me um sorriso. Sou incapaz de negá-los. E o entrego com satisfação.
No percurso do fim de tarde os pássaros parecem pedir um sorriso também. Paro por alguns segundos e lhes dou.
Alguém da um pouco de seu mau humor e pede-me uma cara feia. Penso em dar. mas estou muito feliz e lhe dou o que tenho a mão. Mais um sorriso.
Quando finalmente chego ainda me esperam, já conhecem minha sede de sentidos e não me censuram, sou recebida com sorrisos e abraços; devolvo com o melhor que tenho deles.
No fim da noite dou com minha imagem refletida na tela. Estou azul e translúcida. Deixo de devagar, não sou eu, mas ela encara-me com a mesma mão abaixo do queixo, será que tem a mesma sede que eu pela vida?
Meus pássaros têm. Um facho de luz, ainda que a meia noite, é motivo para eles começarem a cantar, se a apago silenciam, mas permanecem vigilantes a espreita de qualquer clarão, ainda que durem segundos. Estão enamorados, mas sem companheiras pergunto a eles se trocariam seu espaço para voar por um ninho com uma delas e tudo que acarreta depois, eles continuam a cantar insistentemente. Está decidido, amanhã terei menos pássaros e eles companheiras.
Meus sorrisos ainda não acabaram...
por Adri.n
com o bolso cheio de sorrisos,
coloridos...
É fim de tarde e tenho pressa, me esperam, mas o tempo parece não seguir meu ritmo hoje, novamente, e entro no seu. Na rua pedem minha atenção, já que a tenho, dou. Com um arame e um pouco de arte meu nome vai sendo desenhado, penso nele, quase o mesmo do meu pai não fosse um por um D maroto que se pôs no meio, sobram as três letras que um dia formaram o nome de minha vó. E da minha mãe o que tenho? Herdei todo o resto, menos a idade e a experiência, estas terei de conquistar por mim mesma.
Um pequeno arame pode ser um porta retrato, um porta incenso ou um questionador, basta ser criativo e ter simplicidade. Por fim pede-me um sorriso. Sou incapaz de negá-los. E o entrego com satisfação.
No percurso do fim de tarde os pássaros parecem pedir um sorriso também. Paro por alguns segundos e lhes dou.
Alguém da um pouco de seu mau humor e pede-me uma cara feia. Penso em dar. mas estou muito feliz e lhe dou o que tenho a mão. Mais um sorriso.
Quando finalmente chego ainda me esperam, já conhecem minha sede de sentidos e não me censuram, sou recebida com sorrisos e abraços; devolvo com o melhor que tenho deles.
No fim da noite dou com minha imagem refletida na tela. Estou azul e translúcida. Deixo de devagar, não sou eu, mas ela encara-me com a mesma mão abaixo do queixo, será que tem a mesma sede que eu pela vida?
Meus pássaros têm. Um facho de luz, ainda que a meia noite, é motivo para eles começarem a cantar, se a apago silenciam, mas permanecem vigilantes a espreita de qualquer clarão, ainda que durem segundos. Estão enamorados, mas sem companheiras pergunto a eles se trocariam seu espaço para voar por um ninho com uma delas e tudo que acarreta depois, eles continuam a cantar insistentemente. Está decidido, amanhã terei menos pássaros e eles companheiras.
Meus sorrisos ainda não acabaram...
por Adri.n
com o bolso cheio de sorrisos,
coloridos...
domingo, 11 de maio de 2008
Preciso de aulas de mergulho para não me afogar nesse mar de letras.
Um livro afogava-se debaixo da ponte. Joguei-lhe uma corda e um fio de fumaça a agarrou, quando enfim o puxei, antes que meus dedos o tocassem vi que a fumaça era na verdade letras de todos os tamanhos e formas tão bem encaixadas que ganhavam vida e um estanho ser de letras sorriu malicioso para mim: faça um pedido e ele será seu. Desconfiei mas não me surpreendi, há muito que aceitei a mistica das letras. Fechei meus olhos e li um pensamento cruzando por dentro deles. Abri-os e num fôlego só e o assoprei: Uma companhia que ame a sonoridade das letras, pronunciadas ou não, um bom amigo dos livros que os tenha como eternos. Mas que não tenha ciúmes. Que os abramos e ouçamos suas estórias, na voz de cada um de nós sob uma sombra frondosa, debaixo das estrelas, junto com a brisa e o perfume das flores da beira do rio ou ao som das ondas no encontro com a areia. Que telefone no meio da noite por conta de um poema. Que falemos muito de suas vidas e quem sabe participemos do nascimento de um deles...
O homem de letras criou pés só para pô-los no chão e pontos miúdos caíram de seus lábios enquanto gargalhava, interrompendo-me do devaneio, depois os aspirou com cuidado e com grandes olhos de exclamação zombou: porque não deseja, como todo mundo, a alma gêmea em forma de homem perfeito? E isso existe?! Ainda assim seria mais fácil encontrar que a companhia, de homem ou mulher, que me descreveu. O que desejo é muito mais simples que a perfeição. Se seu desejo é simples, porque você não o cria?
Irritei-me com ele e joguei o livro para dentro de minha mochila, ele ainda teve tempo de esticar uma grande língua de letras antes de sumir. Se não fosse sua casa o livro, o teria deixado se afogar...
Mas o desejo havia nascido em mim e não mais me abandonou. Semanas depois sentei em frente à tela, abri páginas em branco, tomei muito café e cheirei flores, mas as letras não vieram. Ao menos as minhas; criadoras. Vieram as outras, desafiadoras, transformadas em homem pássaro, saídas de minha mochila com o riso que eu já conhecia: Acredita que a vida existe pela lógica e a perfeição?!
E ele riu tanto que pontos e letras saíram de sua boca e caíram sobre meus papéis brancos e a tela vazia. Tudo se encheu de letra em meu quarto e em minha mente, milhares delas enchendo minha vida. Crie-as! - ele disse antes de dissipar-se.
Desde então venho reunindo suas letras na ânsia de compreender o que ele tentara me ensinar e com um fio de esperança de que se o fizer, o desejo que o homem-letra fez brotar em mim, em fim, se configure.
E claro, ando desviando as águas para não correr o risco de deparar-me com outro náufrago, seria demais para minha pequena existência, ao menos, até eu aprender a nadar neste mar de letras...
Por Adri.n quase precisando de salva-vidas...
O homem de letras criou pés só para pô-los no chão e pontos miúdos caíram de seus lábios enquanto gargalhava, interrompendo-me do devaneio, depois os aspirou com cuidado e com grandes olhos de exclamação zombou: porque não deseja, como todo mundo, a alma gêmea em forma de homem perfeito? E isso existe?! Ainda assim seria mais fácil encontrar que a companhia, de homem ou mulher, que me descreveu. O que desejo é muito mais simples que a perfeição. Se seu desejo é simples, porque você não o cria?
Irritei-me com ele e joguei o livro para dentro de minha mochila, ele ainda teve tempo de esticar uma grande língua de letras antes de sumir. Se não fosse sua casa o livro, o teria deixado se afogar...
Mas o desejo havia nascido em mim e não mais me abandonou. Semanas depois sentei em frente à tela, abri páginas em branco, tomei muito café e cheirei flores, mas as letras não vieram. Ao menos as minhas; criadoras. Vieram as outras, desafiadoras, transformadas em homem pássaro, saídas de minha mochila com o riso que eu já conhecia: Acredita que a vida existe pela lógica e a perfeição?!
E ele riu tanto que pontos e letras saíram de sua boca e caíram sobre meus papéis brancos e a tela vazia. Tudo se encheu de letra em meu quarto e em minha mente, milhares delas enchendo minha vida. Crie-as! - ele disse antes de dissipar-se.
Desde então venho reunindo suas letras na ânsia de compreender o que ele tentara me ensinar e com um fio de esperança de que se o fizer, o desejo que o homem-letra fez brotar em mim, em fim, se configure.
E claro, ando desviando as águas para não correr o risco de deparar-me com outro náufrago, seria demais para minha pequena existência, ao menos, até eu aprender a nadar neste mar de letras...
Por Adri.n quase precisando de salva-vidas...
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Com algumas pequenas alterações,
para quem já o leu...
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