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Ele a beijou, como muitas vezes, e lhe disse eu te amo, pela primeira vez.
Ela ficou a espera e não compreendeu seu olhar de inquisição:
- Eu lhe disse que te amo.
- Eu ouvi.
- E você me ama?
O olhar dela o censurou ainda mais.
- Não vês, não sentes? Acha que não?
- Eu só queria ouvir de seus lábios.
- Isso nada significa, já parou para imaginar quantos eu te amo falsos o mundo ouve por dia? O único verdadeiro eu te amo é o gesto de carinho – e olhou no fundo de seus olhos - poesia é bom, mas há tão pouco que vem do coração
No outro dia ele lhe trouxe flores e ela as arrumou sem muito entusiasmo. No outro, bombons que ela quis dividir com ele e após a recusa os guardou no armário e a cada dia o olhar dela parecia mais apagado.
Enfim os amigos o aconselharam a dar o que nenhuma mulher resiste: jóias.
- Eis a grandiosidade do meu amor
- Achas que amor vale o preço de uma jóia?
- Não entendo por que não gosta de meus presentes.
- Não são os presentes, é claro que gosto deles, mas a forma como os trás. Amaria uma pedra juntada na frente de minha casa, se a desse com amor.
- Ora, deixa de fazer-se de difícil e diga o que quer que lhe darei com todo meu amor.
Os olhos dela encheram-se de lágrimas:
- Você acaba de apunhalar o meu amor...
E correu porta a fora, não atendeu mais seus telefonemas e ele ficou dias tentando imaginar qual era o presente que ela tanto queria.
Por fim irritou-se por ela ter falado por enigmas e saiu com os amigos para a balada, a procura de mulheres mais simples.
Por Adri.n
complicando?!
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