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Do que aconteceu dentro de ti, quando saíste.
Tu saíste e deixaste uma pequena fresta. Eu distraída, não percebi. Logo senti uma linha a mais de frio, um raio a menos de luz, e quando fui identificar a origem da mudança brusca dei com ela: seu olhar gélido, sua voz sumida e fina. Dei-lhe as costas e disse para ir embora. Não permitiria que ficasse. ela riu seco e forçadamente tentando zombar. – Me desprezaste uma vez, porque tinha uma alma a se agarrar, mas agora ninguém te ama e só tem a mim para ficar ao seu lado, não tem mais escolha.
Respondi com um sorriso quase morto, mas com determinação - Eu amo a mim, o que tenho e o que sou e isso basta para que não entres. Ela ainda insistiu ansiosa para que eu fraquejasse - E o que vale isso? Deste todos os aprendizados que colheste a aquela alma e ela desprezou tudo que és como pode se amar depois disso? Então o sorriso renasceu pela lembrança - Descobri que posso espalhá-los pelo mundo, que sempre a alguma alma para os acolher, e isso me faz feliz e me basta.
- Se nem aquela quis acolher? Ninguém os quer, só tu vês graças neles e nada te vale.
- Ainda que isso fosse verdade, se há os que acolhem você, acolhe-se tudo.
Ela ficou roxa e abaixou os olhos (como as pessoas que tem almas que andam com ela). Ficou pelos cantos e quando tu chegaste de mãos dadas com a alegria, saiu pela janela para não cruzarem-se (descobri assim que as duas nunca ficam juntas ainda que estejam sempre próximas, tu ja sabias por isso a trouxe quase arrastada para mim). Pelos teus olhos ainda a vejo rondar, a espreita de uma pequena brecha, e quando ela me encara eu sorrio, lhe dando a certeza de que por mais que entre, não lhe darei abrigo. Esta cansada e fraca e quase posso jurar que hoje pela manhã a vi juntar algumas gotas e partir.
Por Adrin, ainda de mãos dadas com a alegria
quarta-feira, 25 de junho de 2008
domingo, 22 de junho de 2008
Meu amor cresce.
Levantei e envie-lhe um último beijo com meu olhar para seu sono tranqüilo.
Ele a parte do mundo entre lençóis e plumas. Eu tendo de voltar para o mundo.
Entre a porta, senti uma imensa saudade de tê-lo em meus braços, um dia inteiro sem seu sorriso, sua doce voz dizendo que sou dele. Meu caminho é todo completo com ele em meu coração, impossível me afastar do sentimento de sua existência. A cada dia meu amor cresce com ele e ando pela vida sorrindo porque o amo, porque esse amor é só nosso, porque não há nada mais eterno, porque o amarei por toda minha vida e por todas as outras, e porque isso ninguém pode me tirar: uma vida que se desenvolveu em mim e que agora flori a minha...
Por Adri.n sempre enamorada
terça-feira, 17 de junho de 2008
Continuo a ver poesia por onde passo:
Couve-flor (não) é rosa
As couves são flores
Rosas sem suas cores
Rosa verde
Não cor de rosa
A Couve é flor
As flores são amores
Amores não são flores couves
Apenas rosas, de suas cores
Com espinhos
Protejem seus amores
As couves que são flores
Não têm cor de rosas
Não têm espinhos
Porque não tem...
amor!
por Adri.n
entre quintais e jardins.
sábado, 14 de junho de 2008
Se as ostras soubessem cuspir não haveriam pérolas
Por causa de Adília Lopes
(com algo de Penélope)
" ...e se a vida fosse um eterno estar a janela..."
Fernando Pessoa
1
Maria Sonhadora
passa o dia em sua torre de janelas
espera por seu príncipe
tem de estar a vista
para que ele a veja quando passar
por anos Maria espera pacientemente
e a angustia cresce em proporções intoleráveis
confidencia seu segredo a Ana Cristina
Ana Cristina diz que talvez seu príncipe
tenha sido atropelado
Maria Sonhadora se joga da janela
e quebra uma perna.
2
Maria vê seu príncipe acenar
Desce escadas já quase sem coração
O tem a seus pés
Roncando de bêbado
3
A terra do encanto foi tragada pela lógica
e os príncipes extintos
Maria chora por ter nascido
no tempo errado
4
Maria Sonhadora fecha a janela
irritada com a demora de seu príncipe
Da rua alguém grita que a louca da janela morreu
e Maria chora
5
Maria sai a rua
para comprar seu primeiro jornal
o mundo tem mais crueldade
do que poderia imaginar,
joga o jornal de sua janela.
por Adri.n
que às vezes abre a janela...
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Descubro que meus tênis deixam meus pés molharem-se na chuva
Escrito a espera de um ônibus:
Descubro que meus tênis deixam meus pés molharem-se na chuva
De baixo da chuva sinto meu corpo gelar. Não me importo, há uma alma que me espera e será capaz de me reaquecer com seu sorriso. Ei, pseudo anjo de meias assas!De onde soltaste-me,do tombo que precipitaste-me, matarias muitos.Mas eu não lhe dei tanta importância assim na minha vida, e sorrio com essa minha pequena travessura.
Aqui com as parcas, estico o fio de minha vida e tricoto algo quente e aconchegante para o futuro (dos que amo e amarei).
por Adri.n - nubífuga
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