Quem me conhece sabe o quanto os sonhos fazem parte de minha vida. E bom mesmo é quando algum anjo criativo constrói estórias em meus sonhos. Este aqui me encantou tanto que quando acordei corri para registrá-lo antes de esquecer algum detalhe. Não senti o mesmo que quando sonhava, mas ainda assim é uma linda estória:
Um homem e um pássaro
Um homem, admirador de pássaros, passava as tardes a vê-los pendurados nos pequenos galhos de capim, beliscando suas sementes. E aproximava-se devagar, o mais silenciosamente que conseguia, para vê-los mais de perto. E quanto sentia que estes paravam de alimentar-se e erguiam suas cabecinhas, recuava para não atrapalha-los em sua refeição. Com o tempo os pássaros se acostumavam ao homem e seus corações não se agitavam mais quando o viam se aproximar.
Aconteceu que um dia ele tropeçou e quase caiu em frente aos pequenos, que voaram em alvoroço antes que ele terminasse de se desculpar: não tenham medo, me perdoem, por favor, não se vão. E então seus olhos deram com os olhos de uma dos pequenos que permanecia agarrado na longa folha que balançava cada vez mais com seu coração agitado. E os dois se apaixonaram.
De inicio a avezinha se aproximava e quase pousava em seu ombro quando chegava o homem, que não via mais nenhum pássaro além de sua doce amiga. Até que chegou o dia que o homem não foi ao capinzal e a ave, sem fome, voou e voou até avistá-lo dentro de uma janela coberto por estranhos panos. E a pobre se desesperou, imaginando que ele estivesse morto e pôs-se a bater-se contra o vidro tentando inutilmente entrar. O homem abriu os olhos e cambaleou até a janela, com esforço conseguiu abri-la e a pegou entre as mãos: o que está fazendo, minha pequena, podes se machucar. Ao que esta fechou os olhos lentamente e cantou: você não vi, agora vejo, está bem! E dormiram na mesma cama até o homem sarar.
E depois não se largaram mais, para onde o homem ia a ave o seguia voando baixo ou pousada em seu ombro e aos fim de tarde ficavam juntos, com ela acomodada em suas mãos quentes, a observar o pôr do sol. Os amigos achavam tudo um exagero, as mulheres encantador. O homem casou e com o tempo a mulher passou a ter ciúmes da ave, dizia que ele passava mais tempo com esta que com ela. E o homem, temendo alguma maldade da mulher, disse que se alguma coisa acontecesse à ave, ele se mataria. A mulher fugiu com outro e ele e o pássaro passaram a viver sozinhos. De vez em quando esta lhe trazia outro que estava ferido e o homem aprendeu a cuidar de pássaros como ninguém.
E foi por sua fama que um aprendiz o procurou para. Este nunca aprendeu a falar com as aves como o homem, mas compreendia o amor que existia entre ele e ave. Um dia o homem, já velho, foi encontrado morto sobre a grama do jardim. Ninguém notou o pequeno pássaro sem vida, ao lado de seu corpo, quando o levaram para o caixão. Mas o aprendiz pegou o pequeno corpo, ainda quente, de penas brancas e tão esfarrapadas que poderia se dizer que fora a ave mais velha do mundo, não soube precisar se o homem morrera ao encontrá-la sem vida ou se ela finalmente deixara a vida para acompanhá-lo. E quando ninguém via acomodou o pequeno corpo sobre o coração do homem, escondido entre as flores que decoraram sua última cama.
Por algum anjo contador de histórias em visita aos sonhos de Adri.n
Um homem e um pássaro
Um homem, admirador de pássaros, passava as tardes a vê-los pendurados nos pequenos galhos de capim, beliscando suas sementes. E aproximava-se devagar, o mais silenciosamente que conseguia, para vê-los mais de perto. E quanto sentia que estes paravam de alimentar-se e erguiam suas cabecinhas, recuava para não atrapalha-los em sua refeição. Com o tempo os pássaros se acostumavam ao homem e seus corações não se agitavam mais quando o viam se aproximar.
Aconteceu que um dia ele tropeçou e quase caiu em frente aos pequenos, que voaram em alvoroço antes que ele terminasse de se desculpar: não tenham medo, me perdoem, por favor, não se vão. E então seus olhos deram com os olhos de uma dos pequenos que permanecia agarrado na longa folha que balançava cada vez mais com seu coração agitado. E os dois se apaixonaram.
De inicio a avezinha se aproximava e quase pousava em seu ombro quando chegava o homem, que não via mais nenhum pássaro além de sua doce amiga. Até que chegou o dia que o homem não foi ao capinzal e a ave, sem fome, voou e voou até avistá-lo dentro de uma janela coberto por estranhos panos. E a pobre se desesperou, imaginando que ele estivesse morto e pôs-se a bater-se contra o vidro tentando inutilmente entrar. O homem abriu os olhos e cambaleou até a janela, com esforço conseguiu abri-la e a pegou entre as mãos: o que está fazendo, minha pequena, podes se machucar. Ao que esta fechou os olhos lentamente e cantou: você não vi, agora vejo, está bem! E dormiram na mesma cama até o homem sarar.
E depois não se largaram mais, para onde o homem ia a ave o seguia voando baixo ou pousada em seu ombro e aos fim de tarde ficavam juntos, com ela acomodada em suas mãos quentes, a observar o pôr do sol. Os amigos achavam tudo um exagero, as mulheres encantador. O homem casou e com o tempo a mulher passou a ter ciúmes da ave, dizia que ele passava mais tempo com esta que com ela. E o homem, temendo alguma maldade da mulher, disse que se alguma coisa acontecesse à ave, ele se mataria. A mulher fugiu com outro e ele e o pássaro passaram a viver sozinhos. De vez em quando esta lhe trazia outro que estava ferido e o homem aprendeu a cuidar de pássaros como ninguém.
E foi por sua fama que um aprendiz o procurou para. Este nunca aprendeu a falar com as aves como o homem, mas compreendia o amor que existia entre ele e ave. Um dia o homem, já velho, foi encontrado morto sobre a grama do jardim. Ninguém notou o pequeno pássaro sem vida, ao lado de seu corpo, quando o levaram para o caixão. Mas o aprendiz pegou o pequeno corpo, ainda quente, de penas brancas e tão esfarrapadas que poderia se dizer que fora a ave mais velha do mundo, não soube precisar se o homem morrera ao encontrá-la sem vida ou se ela finalmente deixara a vida para acompanhá-lo. E quando ninguém via acomodou o pequeno corpo sobre o coração do homem, escondido entre as flores que decoraram sua última cama.
Por algum anjo contador de histórias em visita aos sonhos de Adri.n
4 comentários:
belíssimo relato, Adri!
escrever é lapidar, é dar ao entusiasmo a dor de que ele necessita para se aperfeiçoar ^^
beijos,
Í.ta*8
Gostei! Lembra-me a história do rouxinol australiano. Pequeno conto, lembrança de um sonho fugaz mas que contém reflexos de um grande desejo, e que carrega em si uma mensagem de profunda grandeza; uma mensagem sobre amizade e fraternidade entre homens - animais (ir)racionais - e seus pares - não tão irracionais assim, não é?. Déborah Amorim
tu me conheces mais que minha mãe...
para mim os animais sempre foram almas que acalantam meu coração, seja por conhece-los ou por observa-los.
Um dia desses eu escrevo a história de amor de meus dois gatos apaixonados, é uma novela mexicana... : P
Muito bom o teu conto adri. Tocante!
Vc está escrevendo melhor a cada vez.
Parece mesmo uma fábula.
Abraços!
Jei
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